O que fazer com esse sofrimento atroz
Que dilacera teu peito
Vem de não sei onde
E vai pra lugar algum?
Chora todas as tuas lágrimas
Queima o teu peito em brasa
Veste a tua falsa amarra
E sorria com a tua cara pálida.
Bebe teu vinho barato
Acorda com teu rosto marcado
Respira como lhe foi mandado
E reconheça teu imenso estrago.
Norteia tua maldita farra
Limpa a tua boca amarga
Amanheça com teu corpo nu
E abra teus olhos que isso não és tu.
Arruma teus cabelos
Pinta tuas unhas de vermelho
Amanhã tu serás a mesma
A jovem mulher em solidão.
Se arrastando pelo eterno chão
Destruindo tudo de grão em grão
Sedenta em busca de uma mão
Odiando tudo totalmente em vão.
T.L. - quinta-feira - 20/08/2009 - 23h52
"Terá o dedo da morte de pousar de vez em quando no tumulto da vida para evitar que ele nos despedace? Tal será a nossa condição que devamos receber, diariamente, a morte, em pequenas doses, para podermos prosseguir na empresa da vida? E então, que estranhos poderes serão esses que penetram nossos mais secretos caminhos e mudam nossos mais preciosos bens, a despeito da nossa vontade?" Orlando. Woolf, Virgínia. p.38
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
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