O tormento de minha alma
As vezes me faz esquecer o sentido
Do caminho que percorro.
Dia após dia
Me esforço
Para viver uma vida normal, ser comum.
Condicionada e presa
Por valores que não acredito
Ações, posturas, obrigações
Que não me cabem
Torturam minha mente
Inquieta, errante, livre.
Metade do que sou hoje
É tudo o que eu nunca quis ser.
Os anos passam
E nos rendemos a condições indesejadas
As palavras são as mesmas
Mudando apenas de lugar.
Olho ao redor
Procurando algo com que eu me identifique
E nessas horas em que procuro
Nada encontro.
Aprendi a não procurar
Para evitar a decepção de não encontrar.
Essa rotina de falsos sorrisos
De palavras em vão
De batalhas sem sentido
Faz meu corpo se contorcer
De dor e tristeza
E só por hoje
Queria ser o que já fui
Só por hoje
Odeio o que sou
Amanhã já não sei.
Só por hoje
Eu queria a coragem de dez anos atrás
Só por hoje
Eu queria ter esperança
Só por hoje e talvez nunca mais.
TL - 01/08/08 - 17h15